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		1- Me Cura
 (Luis Carlinhos e Alvinho Lancellotti) 
 Lá vem você
 Vê se cai em minhas mãos
 Quem me dera
 De repente, cura, cura, cura
 E me inclui na sua sala, no samba
 Todo santo dia
 Corra, corra
 Desça o céu em mim
 Cai na minha mão
 Me tira do chão
 Me cura da sua falta
 Se as horas se vão
 Se vai o balão
 Eu quero você na palma
 Na palma da minha mão
 Eu já dancei só
 Pra fazer chover você pra mim
 Eu sem você sou
 Flor fora do jardim
 
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		2 - Solto pelo ar(Luís Carlinhos/ André Gardel/ Mauricio Baia) 
 se não parte com vontade
 não dá nem pra saída
 se só vive com saudade
 aproveita pouco a vida
 se não rega todo dia
 a flor do amor não cresce
 se teve paixão, poesia
 ninguém jamais esquece
 se tem prazer em viver
 então alimente essa fome
 se a nossa sina é morrer
 fica a obra, fica o nome
 se não tem nada a dizer
 deixa o silêncio falar
 mas se você quer saber
 agora eu vou cantar
 se não o “se” se perde solto pelo ar
 “se” só solto pelo ar
 
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		3 - Chame-chame
 (Luis Carlinhos) 
 eu te saquei de “prima”
 talvez você seja
 a minha sina
 até aqui tanto chão
 eu tenho fé não foi em vão
 deixo na mão do destino
 mas não me
 chame chame
 chame chame
 de sonhador
 só por que
 quero quero
 quero quero
 seu amor
 me leve até o monte mais alto
 quero ver a sua cidade
 toda iluminada
 aturo o frio que for
 eu suporto até geada
 quem bom te conhecer
 pra mim é um prazer
 daqui pra frente enquanto que eu viver
 vou lembrar de você
 
 
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		4 - Escapulário(Luis Carlinhos e Cláudio Henrique) 
 O vento descabela o coqueiro
 Embala minha rede, me faz espreguiçar
 O tempo vale mais que o dinheiro
 E mato a minha sede com a água que brotar
 É tão bom fazer som
 Deixando esta tarde passageira
 Dar passagem ao luar
 De papo pro ar
 Uh...quem disse que eu estou à toa?
 Quem disse que eu estou à toa?
 Avisa lá que hoje eu não trabalho
 E que essas ondas hoje são o meu salário
 Meu uniforme é um short velho e meu escapulário
 Nessa praia não me sinto solitário
 Sou remetente, também sou destinatário
 Das garrafas que hoje eu lanço e pego no mar
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		5 - Pousando(Luis Carlinhos/ André Gardel/ Maurício Baia) 
 
 O amor está pousando
 Bem no meio do oceano
 Dentro vem um marciano
 Fora, muitos desenganos
 Após todos esses anos
 Entre o agora e o quando
 Nem cristão nem muçulmano
 Vagabundo soberano
 Muitos prazeres e danos
 Junto vem um pelicano
 Uma pistola sem cano
 Um cigarro, um cigano
 
 Vai na veia simplesmente
 Vem em vozes, versos, ventres
 Ele vai pousar
 Vem no andor o amor recente
 Vai em medos, entredentes
 Ele vai pousar
 
 Dentro de um velho aeroplano
 O amor está pousando
 Todos fazem muitos planos
 Estratégias de tirano
 Pura entrega sem enganos
 Seminu, quase sem panos
 O mais livre americano
 Demasiado humano
 É só carne, pele, osso, tutano
 Selvagem, rural, urbano
 Tão delicado, tão insano
 O amor está pousando
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		6 - Muda(Luis Carlinhos/ André Gardel) 
 O estilo muda o traço
 A fome a fé
 A ginga muda o passo
 O sapato o pé
 A voz a melodia
 O amor a vida
 O sol o céu do dia
 O sal a comida
 A mente muda o homem
 A língua a norma
 O objeto muda o nome
 O corte a forma
 O jogo a política
 A poesia a prosa
 O herói a mítica
 O perfume a rosa
 O fogo muda o olhar
 O ritmo o tempo
 A luz a cor do mar
 O sonho muda a história
 A memória o fato
 O prêmio muda a glória
 E só você
 Não muda
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		7 - Já Valeu(Luis Carlinhos) 
 Já valeu, pelo menos por alguns instantes
 Já valeu
 Já valeu, pelo menos por alguns instantes
 Já valeu
 Você sabe, eu me sinto tão em casa junto de você
 Nada estranho, tudo está no seu lugar
 Com você parece que o tempo não levou
 Seu encanto, essa atmosfera do ar
 Me chama que eu vou no seu compasso
 Me leva nas curvas do rio
 Rumo ao encontro do mar
 Uma paradinha “the flash” lá na Praia da Guarda
 Brincar de bola na areia, correr na beira da praia
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		8 - Estranho Amor(Carlinhos Vergueiro, Carlinhos Só e Rogê) 
 Olhos da noite, olhos da lua, olhos da cidade
 Olhos boêmios, olhos urbanos
 Coração batendo pela vida afora
 Por esse nosso estranho amor
 Passos bem dados, passos grudados, passos solitários
 Passo correndo, passo te olhando
 Passo pelo mundo, os olhos cheios d’água
 Por esse nosso estranho amor
 Amor que dá vontade de fugir
 Amor que dá vontade de chorar
 Amor que dá vontade de gritar
 Amor que dá vontade de sumir
 Estranho amor
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		9 - Lado B(Tonho Gebara) 
 Te desejo com todos os lugares comuns
 Eu queria dizer aquele que eu não pude
 Uma cena clichê, amor de Hollywood
 Vendo esse filme, final, meio e começo
 Poder te adorar, normal e pelo avesso
 Ser como um molde de gesso
 Quando você se disfarça e esconde
 O que é, na busca de ser diferente
 Quando eu vejo graça, é na rotina
 Na retina, é numa noite quente
 Eu prefiro ouvir seu lado B
 Eu prefiro ser seu lado bom
 Gosto de te ver fora do tom
 Eu te quero parabólica
 Eu te quero para me antenar
 Gosto de te ver fora do ar
 Oh! gosto de te ver fora do ar
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		10 - Jeito Malandro(Luis Carlinhos e Cláudio Henrique) 
 Um jeito malandro de ser
 De se virar, de fazer acontecer
 Um isopor na areia
 Um número no sinal
 Um camelô no centro
 Vendendo ao lado do original
 Toda hora é hora de descolar algum
 Um qualquer que garanta o de comer
 Na cidade, eu sou apenas mais um
 Que quer se encontrar sem ter que se perder
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		11 - Aproveita o vento(Luis Carlinhos e André Gardel) 
 Aproveita o vento
 Sai desse tormento
 Parte pro céu da vida
 Pra aventura de se entregar
 Ao mundo, às pessoas, ao amorAproveita o vento 
 E muda essa cara
 De poucos amigos
 Deixa a nuvem negra passar
 Que o sol derrama prata sobre o marQuando o vento bate é bom saber 
 A medida certa pra voar
 Tanta coisa vai ficar pra trás...Mas isso é que é viver 
 Entrar e sair, respirar
 De peito aberto, livre na amplidão
 Mas isso é que é viver
 Chegar e partir, viajar
 E só voltar em outra estaçãoAproveita o vento 
 O dia está lindo
 Velas estão se abrindo
 Já é hora de se lançar
 Nem sempre o tempo está tão claro assimAproveita o vento 
 E voe nessa tarde Cheia de surpresas
 Voe logo desse lugar
 De quem não quer ninguém para dançarQuando o vento bate é bom saber.... 
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		12 - Toró
 (Luis Carlinhos e Gabriel Pondé)
 Não faz um toró desse chororô
 Desfaz o nó, ao seu redor
 O céu vai ficar azul
 Engole a seco a tempestade em copo d’água
 A mágoa é chuva, o guarda-chuva
 É sede de tomar o mundo num gole só
 Vai trovejar, vai clarear
 É sempre assim
 No vento a nuvem se desfaz
 No ar
 No mar
 O bem que faz você aqui perto de mim
 O tempo ruim, fica pra trás
 
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		13 - Carcaça(Luis Carlinhos, Fuzuê e Maurício Baia) 
 Não tenho nada, em meio a tudo
 Só carcaça para ser surrada
 Não tenho casa e tenho filhos
 Que sobrevivem mesmo sem abrigo
 Não é lenda, não é crendice
 Pura verdade, quem é fraco não resiste
 Tem que ser forte, muito guerreiro
 Que desarmado não se entrega ao desespero
 Que vai à luta de peito aberto
 Matando a sede nas areias do deserto da vida
 Que testa a cada dia o poder de se manter viva
 A minha esperança, que tudo vai clarear
 O vento vai bater e a direção mudar
 E eu sigo com a minha esperança
 Que tudo vai girar, o jogo reverter
 E mais justo ficar
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		14 - Lugar(Luís Carlinhos e André Gardel) 
 O lugar que já tem dono
 Por ora não pode ser ocupado
 O lugar que todo mundo quer
 Nem que seja para estar ao lado
 O lugar em que tudo se revela
 A sala de espelhos dos sentidos
 Aqui onde você é a mais bela
 Onde sou seu amor, sou seu amigo
 O lugar comum vira incomum
 Pelo modo como ele é tratado
 O lugar vazio, o lugar nenhum
 Guarda sempre o melhor achado
 O lugar de quem elege
 E quer ser muito bem representado
 O lugar de quem é eleito
 E quase sempre faz tudo errado
 O lugar de fala que pertence
 À comunidade, ao gueto, ao Estado
 O lugar perverso do poder
 E o não-lugar dos abandonados
 O lugar comum vira incomum...
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		15 - Oh! Chuva(Luis Carlinhos) 
 Você que tem medo de chuva
 Você não é nem de papel
 Muito menos feito de açúcar
 Ou algo parecido com mel
 Experimente tomar banho de chuva
 E conhecer a energia do céu
 A energia dessa água sagrada
 Nos abençoa da cabeça aos pés
 Oh! Chuva
 Eu peço que caia devagar
 Só molhe esse povo de alegria
 Para nunca mais chorar
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		16 - Chão no pé(Luis Carlinhos e Gabriel Pondé) 
 O chão no pé, destino, nó
 Certeza tem caminho até
 Qualquer direção me leva
 É por deixar correr que eu chego
 É pra poder voltar que eu vou
 Pra olhar o novo
 Que o desencontro traz
 Pra saber do outro
 Sempre um pouco mais




 
	 
	






