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10 anos de Intervalo Cultural

Show do Intervalo Cultural na PUC Rio

Desde que frequento a PUC-Rio como aluno ou antes, como morador do bairro (e já se vão pouco mais de 20 anos) presencie shows memoráveis.

Os primeiros aconteciam no Projeto Brahma, no antigo ginásio, hoje, capela. As performances arrebatadoras do Tim Maia com todo aquele tamanho de voz, broncas ao microfone, Jorge Bem swingando na guitarra e fazendo todos na platéia quicarem com teteteretê, e da Cassia Eller tomada pelo espirito do rock arreando as calças no palco, não se apagam na minha memória.

Também são inesquecíveis as noites de festas/shows na Vila dos Diretórios, onde numa delas surgi o Dread Lion, banda que me alçou para o mundo da música e, inevitavelmente, da produção cultural. Naquela noite, a banda de reggae que atravessaria os anos 90 e inicio dos 2000, não tocava sozinha. Gabriel Pensador se revelava como poeta e rapper da nova cena atual carioca. E a Vila seguiria com seu eventos organizados pelos diretórios Gnaisse, Craa e pelos DCEs, renovados ano após ano, revelando talentos e mais talentos. Dentre eles o de maior sucesso, Los Hermanos.

Em paralelo, também tínhamos como espaço de ações culturais no campus, a Concha Acústica, depois tristemente demolida para servir de estacionamento de carros. Mais tarde, com os eventos da Vila dos Diretórios censuradas (em parte com razão, pois muita doidera rolava), os portões da universidade que fechavam indiscutivelmente às 23h, e a Concha Acústica que havia sido demolida, estávamos órfãos. Até…surgir o Anfiteatro Junito Brandão. Inicialmente um pouco tímido, meio deslocado por ocupar uma parte do bosque, hoje se faz providencial e indelével. Desde o seu início se tornou palco do Intervalo Cultural, projeto de shows idealizado por Heloisa Macedo, continuado pela administração seguinte da CACC com Suzana Kerber e, de certa maneira, reformulado com a minha presença.

O Intervalo Cultural, hoje, faz 10 anos!!! Inúmeros cantores, cantoras, bandas, músicos, artistas se apresentaram nesse palco. Alguns de mais reconhecimento de público, da mídia, outros menos. Uns com bastante estrada, experiência, outros com a inventividade e frescor do primeiro e certeiro álbum. Enfim, todos com um trabalho artístico/ musical de qualidade inerente ao estilo que os define. Mais do que um show, o Intervalo Cultural é um espaço no tempo da gente na universidade, onde alunos, funcionários e visitantes relaxam em meio às suas rotinas. Para comemorarmos esta data tão especial, no dia 6 de abril de 2016, recebemos João Bosco.

A participação de um dos maiores cantores e compositores da música brasileira, um dos mais respeitados músicos do mundo, engrandece ainda mais o noas projeto, e é uma prova de que a música na universidade deve sempre ecoar, invadindo salas de aulas ou agradando aos ouvidos dos entretidos por ela.